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Dermatite Atópica | Dra. Brianna Nicoletti

Dermatite Atópica: Como prevenir as crises de alergia

Introdução

A Dermatite Atópica (DA) é um dos tipos mais comuns de alergia de pele, principalmente nas crianças. A doença, crônica e não contagiosa, é caracterizada pelas lesões em tom avermelhado que podem coçar e descamar e aspecto seco e grosseiro na pele.

De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), a dermatite atópica afeta 20% das crianças brasileiras. Desse índice, 5% apresentam manifestações da doença na forma mais grave. A Asbai aponta ainda que 60% dos casos começam antes do primeiro ano de vida e somente 3% dos adultos têm a doença.

Os casos são ainda mais comuns durante o verão, quando o tempo está mais úmido e as temperaturas mais altas, favorecendo a transpiração e causando ressecamento da pele. Por isso, os pacientes diagnosticados precisam redobrar os cuidados nesta estação. E papais e mamães devem ficar atentos a qualquer sinal ou sintoma e buscar ajuda médica para diagnóstico rápido e correto e o início do tratamento adequado.

O que é dermatite atópica?

A Dermatite Atópica (DA) é um tipo de alergia cutânea que ocorre por um processo inflamatório crônico. É considerada uma doença genética, não contagiosa, e está associada à predisposição genética e outras alergias como rinite e asma.

Quais as causas da alergia?

A manifestação da doença está relacionada com o histórico familiar e clínico do paciente. Ou seja, um indivíduo que possui casos de dermatite atópica ou alergias como rinite e asma na família, tem mais chances de desenvolver a patologia. O paciente com diagnóstico de alergias respiratórias também apresenta mais chances de desenvolver a doença.

Ácaros, fungos, antígenos de barata no ar, pólens, gramíneas, pelo de cachorro e gato podem desencadear lesões ou agravar o quadro alérgico. Alimentos como ovo, trigo e leite também podem ser gatilhos para a doença e correspondem a aproximadamente 40% dos casos. Além disso, o suor, cloro de piscina, produtos de limpeza, cosméticos, maquiagens e perfumes podem agravar os sintomas da dermatite.

Quais os principais sintomas da dermatite atópica?

A dermatite atópica tem como principal característica a pele seca, com lesões com vermelhidão e aspecto grosseiro, que coçam, descamam e formam crostas. Geralmente, as manifestações ocorrem nas dobras dos braços, parte de trás dos joelhos, pescoço e rosto.

Dermatite Atópica | Dra. Brianna Nicoletti

E como prevenir a dermatite atópica? É possível?

A dermatite atópica está associada a fatores genéticos e imunológicos, por isso, não existe de fato algo para prevenção. No entanto, é possível prevenir a recorrência e intensidade da alergia, evitando as substâncias causadoras da alergia e seguindo as orientações médicas de medicação e cuidados com a pele.

Dermatite atópica pode trazer prejuízos emocionais?

Uma grande preocupação é com o impacto da doença na vida dos pacientes. Isso porque a dermatite atópica pode trazer prejuízos que vão além dos sinais e sintomas visíveis como lesões de pele e coceira.

Como consequência desses sintomas, o indivíduo pode apresentar transtornos de autoestima, sofrer bullying e, assim, se afastar do convívio social e desenvolver problemas emocionais. Os pacientes podem ainda apresentar distúrbios do sono, resultando ainda em irritabilidade, queda de rendimento e cansaço. Por isso, buscar ajuda médica logo no início dos sintomas e fazer o tratamento correto pode preservar ou devolver qualidade de vida aos pacientes.

Como é feito o tratamento?

O tratamento é baseado na hidratação intensa da pele com cremes e pomadas específicos para pacientes com dermatite atópica. Alguns antialérgicos orais podem ser indicados e é necessário evitar gatilhos alérgicos.

Em algumas situações, pode ser feito tratamento com imunoterapia sublingual ou subcutânea. O procedimento permite que o paciente passe a ser tolerante à substância causadora da alergia.

Para as manifestações moderadas e graves da doença, a recomendação é fazer uso de medicamentos imunobiológicos como Dupilumape ou Upadacitinib, que atuam no “bloqueio” dos mediadores específicos da alergia. A grande vantagem desse tipo de tratamento é a melhora dos sintomas sem grandes efeitos colaterais ou imunossupressão.

No Brasil, o Upadacitinib pode ser prescrito para crianças a partir dos 12 anos. Já o Dupilumape pode ser usado mais cedo, em crianças acima de seis anos, com segurança e ótimas respostas. Mas, internacionalmente, o medicamento também já foi aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) para ser administrado para crianças com dermatite atópica grave a partir dos 6 meses de idade.

Qual a diferença entre dermatite atópica e dermatite de contato?

As duas doenças causam lesões parecidas na pele, com vermelhidão, descamação e coceira. No entanto, são alergias causadas por mecanismos imunológicos diferentes.

A dermatite atópica é multifatorial, ou seja, pode ocorrer por alergia a inalantes e/ou alimentos e está associada a outras doenças alérgicas. Neste caso, ocorre uma desestruturação das camadas de barreira da pele, que tende a perder muita água e ficar ressecada. As lesões são mais comuns nas dobras de braço e pernas, principalmente nas crianças.

Já a dermatite de contato é causada após o paciente entrar em contato com substâncias alergênicas, como produtos cosméticos, de limpeza ou químicos, ou componentes como níquel. As lesões podem ocorrer em qualquer área do corpo, principalmente em locais de pele fina como dedos, pescoço e pálpebras e nem sempre ocorrem no local de contato com a substância causadora da alergia.

Perguntas dos Pacientes

1. O que pode provocar dermatite?

Pacientes com alergias respiratórias como rinite e asma ou com casos dessas doenças e/ou dermatite atópica na família têm mais chances de desenvolver a patologia. Além disso, ácaros, fungos, antígenos de barata no ar, pólens, gramíneas, pelo de cachorro e gato podem desencadear ou agravar episódios de dermatite atópica. Alimentos como ovo, trigo e leite também podem ser gatilhos para a doença e correspondem a aproximadamente 40% dos casos.

2. Existe grupo de risco para dermatite atópica?

Sim! Crianças, pacientes que já possuem diagnóstico de rinite alérgica e/ou asma ou com histórico de dermatite atópica na família são os principais grupos de risco. Nos adultos, a incidência é maior nas mulheres. Já na infância, os meninos são os mais atingidos.

3. Como amenizar as lesões de dermatite atópica?

A dermatite atópica causa o ressecamento da pele e, com isso, o surgimento de lesões e coceira. Por isso, hidratação intensa é importante para melhora do quadro alérgico. Atualmente, existem produtos específicos para pacientes diagnosticados com a doença. Mas, não é recomendado se automedicar, já que muitas doenças podem apresentar lesões cutâneas e cada uma delas exige diagnóstico correto para tratamento específico. Por isso, é importante buscar ajuda médica ao notar algo diferente e seguir as recomendações do profissional quando ocorrer novos episódios de alergia.

Referências:
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)

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