Alergia a contrastes: por que é importante saber se é o seu caso?

Alergia a contrastes é resultado de uma hipersensibilidade à molécula ou por propriedades do contraste. Esta substância é aplicada nos pacientes submetidos a alguns tipos de exames de imagem como tomografia e ressonância para auxiliar na identificação de lesões ou processos inflamatórios. No entanto, o produto pode causar reações alérgicas como urticárias e inchaço e até anafilaxia.

Índice

Introdução

O contraste é um composto químico utilizado em exames de imagem como tomografia e ressonância. A substância é aplicada no paciente para realçar áreas específicas, diferenciando tecidos normais de inflamações ou lesões e, assim, fornecendo avaliação precisa e favorecendo diagnóstico assertivo.

Entre os materiais mais comuns, estão os contrates iodados, utilizados em tomografias, e os compostos de gadolíneo, para ressonâncias magnéticas. No entanto, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, 2 a cada 4 pessoas para cada 100 mil aplicações apresentam reações anafiláticas com o uso das substâncias iodadas. Já por gadolíneo, 1 em cada 10 pacientes a cada 100 mil aplicações apresentam anafilaxia.

Embora as manifestações alérgicas relacionadas ao contraste possam ser graves, não há testes para identificar precocemente esse tipo de alergia. E já que os exames com uso do contraste são bastante comuns para investigação de muitas condições, é importante saber se o paciente pode apresentar reações alérgicas, que podem ser graves, para determinar se é possível realizar exames com uso do produto em ambiente controlado ou se o ideal é buscar algum outro exame sem contraste para diagnóstico de condições médicas.

O que é alergia a contrates?

A alergia pode ocorrer por hipersensibilidade à molécula do contraste ou por propriedades do contraste. As reações podem ocorrer de forma imediata, minutos depois, ou até dias após a aplicação do contraste.

Quais os principais sintomas da alergia a contrastes ?

As manifestações alérgicas costumam ser cutâneas como urticárias, manchas avermelhadas e angioedemas (inchaço). Pode ocorrer ainda tosse e falta de ar, alterações gastrointestinais e até, em quadros mais graves, morte.

Alergia a contrastes | Dra. Brianna Nicoletti — *O produto pode causar reações alérgicas como urticárias*

Como identificar a alergia a contrastes?

O diagnóstico é clínico, baseado no histórico do paciente. Neste caso, o médico precisa levar em consideração se o paciente já apresentou algum episódio de alergia após aplicação da substância em exames de imagem.

Outras situações também devem ser observadas pelo especialista, como história de alergia no intraoperatório, ao iodo ou a outros medicamentos e se possui asma não controlada ou urticária.

Quais as opções de tratamento?

O tratamento é para os sintomas manifestados após o contato com o contraste. Então, a indicação vai variar de acordo com a reação apresentada pelo paciente. Lesões de pele podem ser tratadas com uso de anti-histamínicos. Em casos mais graves, com anafilaxia, pode ser necessário administrar uma dose de adrenalina.

Perguntas dos Pacientes

1. É verdade que pessoas com alergia a frutos do mar podem ter anafilaxia com contraste?

Não é verdade. Esse é um mito que circula sobre as reações ao contraste. Não existe nada que relacione a alergia a frutos do mar com manifestações associadas ao contraste.

2. O que acontece se tiver alergia a contraste?

Os principais sintomas são cutâneos, como urticárias, e angioedema (inchaço). Há casos mais graves em que o paciente pode apresentar falta de ar e pode correr o risco de perder a vida.

3. Já tive anafilaxia e preciso fazer um exame com contraste. E agora?

É importante descobrir se a anafilaxia foi causada por contraste e, se sim, qual tipo da substância e quais as reações foram observadas para analisar se há risco de nova reação.

A partir disso, é necessário avaliar com um médico alergista e imunologista se existe uma opção de exame que não precise de contraste ou que possa ser usado um contraste diferente daquele que causou a reação. Mas, caso não exista essa possibilidade, o médico deve analisar os riscos e benefícios de realizar o exame e fazer um protocolo de pré-medicação e observação após o exame contrastado em ambiente hospitalar.