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Rinite Alérgica | Dra. Brianna Nicoletti

Espirros, coriza e coceira: será que é rinite alérgica?

Introdução

Espirros frequentes, coriza, coceira nos olhos, nariz e céu da boca, entupimento nasal… esses são alguns dos sintomas da rinite alérgica, mas também de outros tipos de alergias respiratórias como asma, bronquite e sinusite. Então, como saber se é mesmo rinite?

Embora os sintomas e causas sejam muito parecidos, a principal diferença entre as doenças está no local da inflamação. No caso da rinite alérgica, a inflamação ocorre nas mucosas nasais.

E, de acordo com o International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), o número de pessoas com a doença é bastante alto. Segundo o estudo, o Brasil é um dos países com as maiores taxas de incidência de rinite. Nas crianças, o percentual é de 26%. Já entre os adolescentes e adultos com rinite alérgica, o índice chega a 30%.

O que é rinite alérgica?

A rinite alérgica é um tipo de alergia respiratória não contagiosa caracterizada pela inflamação das mucosas do nariz. Essa inflamação é resultado da resposta exagerada do organismo ao entrar em contato com substâncias alergênicas, identificadas como “estranhas”.

Quais as causas da doença?

Vários fatores ambientais podem ocasionar a manifestação da doença. Ácaros e fungos presentes na poeira doméstica, pólen e pêlos são causas comuns da rinite alérgica. Essas substâncias ficam suspensas no ar e, quando entram em contato ou são inaladas por indivíduos alérgicos, causam crises. Em alguns casos, quando a sensibilidade é maior, cheiros fortes como de tintas e perfumes, alimentos ou mudanças de temperatura podem ser gatilhos para a doença.

Rinite Alérgica - Causas | Dra. Brianna Nicoletti

Além disso, as doenças respiratórias, assim como a rinite alérgica, têm origem genética (hereditária), ou seja, podem ser passadas dos pais para os filhos. Uma criança com pais alérgicos, por exemplo, tem até 70% mais chances de desenvolver algum tipo de doença respiratória, principalmente a rinite, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). No entanto, é possível que a criança a desenvolva mesmo que nenhum dos pais tenha sido diagnosticado com a patologia.

E, importante: nem sempre o distúrbio se faz presente desde o nascimento. A rinite alérgica pode surgir em qualquer período da vida, embora seja incomum antes do primeiro ano de idade. Então, pode acontecer de uma substância que antes era tolerada pelo paciente se tornar motivo de crises alérgicas.

Rinite é sempre alérgica?

Não, nem toda rinite é alérgica. Na verdade, a doença é caracterizada pela inflamação das mucosas do nariz e isso pode ocorrer por conta de infecções virais, como gripe e resfriado ou uso prolongado de medicamentos como vasoconstritores nasais, por exemplo. Embora os sintomas sejam semelhantes aos da doença alérgica, é importante fazer o diagnóstico correto para indicação do tratamento adequado.

Quais os sintomas da rinite alérgica?

Os sintomas são espirros seguidos, principalmente de manhã e à noite, coriza clara, coceira no nariz, garganta, céu da boca, olhos e ouvidos, entupimento nasal, tosse, olhos e nariz vermelhos, olhos lacrimejando e perda de olfato. Os pacientes podem ainda apresentar roncos nasais e sentir dores de cabeça.

Rinite Alérgica - Sintomas | Dra. Brianna Nicoletti

Esses sintomas impactam a qualidade de vida dos alérgicos, que, muitas vezes, têm dificuldade para respirar, não conseguem dormir bem durante a noite, se sentem frequentemente cansados e relatam problemas para realizar tarefas simples do dia a dia.

Como é feito o diagnóstico?

Alguns exames específicos de alergia auxiliam o médico alergista a fazer o diagnóstico da doença. O teste de IgE específico, por exemplo, verifica a concentração de anticorpos IgE específicos no sangue e testa os possíveis desencadeantes alérgicos.

Existem também os testes cutâneos de hipersensibilidade imediata (TCHI) para identificação das substâncias que causam a alergia. Com essas informações, aliadas aos sinais e sintomas que o paciente relata durante a consulta, o médico faz o diagnóstico e define o curso do tratamento.

Quais as opções de tratamento?

Embora não exista cura para a condição, o tratamento correto pode reduzir as crises alérgicas e a intensidade dos sintomas. A primeira indicação é o tratamento não medicamentoso, com simples hábitos de higiene como: controle ambiental, retirando itens que possam acumular poeira como tapetes e cortinas, deixar os espaços bem iluminados e arejados, encapar travesseiros e colchões para evitar a proliferação de fungos e ácaros, e adotar rotineiramente a lavagem nasal.

Além disso, a associação de medicamentos tende a trazer bons resultados ao tratamento e aliviar os sintomas. Alguns podem ser usados a longo prazo. O médico pode optar por anti-histamínicos, também chamados de antialérgicos, corticoides nasais e imunomoduladores.

Já a imunoterapia (também conhecida como vacina antialérgica), é uma opção terapêutica importante e a única que permite tratar a causa da alergia. A técnica reduz a sensibilidade do paciente às substâncias alergênicas, ou seja, é possível trazer um estado de tolerância às substâncias que causam alergia e inflamação no paciente. A imunoterapia pode ser feita de maneira sublingual ou subcutânea e os resultados são observados a longo prazo.

A indicação de tratamento depende da avaliação médica e perfil alérgico do paciente e não é recomendado ingerir medicamentos sem orientação profissional.

Perguntas dos Pacientes

1. O que faz a rinite alérgica atacar?

Muitas substâncias podem causar uma crise de rinite alérgica. As mais comuns são pelo contato ou inalação de pelos de animais, fungos, poeira doméstica, pólen e ácaros. Vale ressaltar que perfumes e mudança de temperatura são gatilhos de rinite não alérgica, ou seja, uma simples irritação local que gera disfunção do nariz. Porém, esses fatores acabam se tornando gatilhos de sintomas em pacientes já inflamados de alergia.

2. Quanto tempo dura uma rinite alérgica?

A doença não tem cura, mas com o tratamento correto é possível aliviar os sintomas e devolver a qualidade de vida aos pacientes. Já o tempo das crises alérgicas depende de muitos fatores. O paciente poderá ter uma crise quando se expuser à substância causadora da alergia, que varia de caso a caso. E, quanto maior o tempo de exposição, maior será o tempo da crise. Por exemplo: se o alérgico vive em um ambiente com muita poeira, convive com animais com pelos ou em áreas com mudanças constantes de temperatura e essas são as condições alergênicas dele, as crises poderão ser constantes e durar muitos dias.

3. Como saber se estou com rinite alérgica?

Sintomas como espirros recorrentes, coceira nos olhos, nariz, céu da boca e garganta, coriza, congestão nasal, olhos lacrimejando, perda de olfato podem indicar um quadro de rinite alérgica. Mas, não existe rinite somente alérgica e os sintomas são parecidos. Por isso, é necessário buscar atendimento médico para investigação, diagnóstico correto e início do tratamento adequado.

4. Qual o melhor tratamento de rinite alérgica?

Se confirmada a doença e identificada a causa da alergia (alérgeno), é necessário diminuir a exposição à substância. Além disso, é importante procurar um médico alergista para avaliar as opções adequadas de tratamento e iniciar um protocolo individualizado, seja com medicamentos ou vacinas antialérgicas, levando em conta o tipo de alergia e histórico do paciente. Essas medidas podem aliviar os sintomas, reduzir a duração das crises e, dessa forma, proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes alérgicos.

Referências:
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)

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