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Meu filho fica muito doente... E agora? | Dra. Brianna Nicoletti

Meu filho fica muito doente. E agora?

Meu filho fica muito doente, é normal? Sim! É comum crianças até os cinco anos de idade ficarem muito doentes, já que, até essa idade, geralmente ainda não desenvolveram o sistema imunológico. Manifestações alérgicas, infecções de garganta e ouvido são frequentes, mas precisam de atenção.

Introdução

Papais, mamães e responsáveis… notaram que os pequenos ficam várias vezes doente? Isso é motivo de preocupação, já que, geralmente isso ocorre na fase em que eles entram na escola e experimentam situações novas como o convívio com outros coleguinhas.

É muito comum episódios recorrentes de infecção ou alergia, principalmente nas crianças menores, até os cinco anos de idade. Essa situação acontece porque crianças entre quatro e cinco anos ainda estão desenvolvendo o sistema imunológico. Eles ainda não possuem memória imunológica e estão muito expostas a vírus e bactérias.

Mas, embora seja comum, é importante ficar de olho. A recorrência fora do habitual ou manifestações mais graves podem indicar doenças ou condições mais sérias. Por isso, não deixe de procurar ajuda médica ao notar qualquer alteração nos pequenos.

Por que meu filho fica muito doente recorrentemente?

Crianças até os cinco anos de idade ainda estão desenvolvendo o sistema imunológico. Ainda não possuem anticorpos suficientes, não possuem memória imunológica e resposta efetiva para bactérias e vírus.

Aliado a isso, tem a questão da maior exposição, devido ao comportamento dos pequenos. As crianças, principalmente as menores, estão sempre com a mão no chão e na boca, colocam muitos objetos e brinquedos sujos na boca, facilitando a contaminação e a manifestação de doenças.

Fora isso, 30% das crianças nessa idade possuem algum tipo de alergia. As inflamações podem deixar os pequenos mais sujeitos à entrada de vírus e bactérias, já que elas causam a perda da primeira defesa (local) das mucosas de nariz e garganta. E cerca de 10% das crianças nesta idade possuem alguma imunodeficiência, que pode ou não ser transitória.

Quais as reações mais comuns?

Na primeira infância, é comum as crianças apresentarem quadros respiratórios, alérgicos e gastrointestinais. Infecções de ouvido, de garganta e doenças virais também são frequentes. Mas, todas as situações necessitam de acompanhamento médico para evitar agravamento no quadro ou auxiliar na detecção precoce de alguma condição mais séria.

Como evitar contaminações?

Considerando o comportamento dos pequenos, que exploram tudo e levam a mão à boca com frequência, é importante reforçar os cuidados de higiene para evitar o contágio. Lavar frequentemente as mãos, com água e sabão e desinfectar com álcool em gel é um hábito que deve ser ensinado e repetido várias vezes. Além disso, é recomendado manter os objetos, brinquedos e a casa limpa.

Outra ação indicada é não mandar a criança para a escola caso ela apresente algum sintoma: seja uma manifestação gripal ou um início de virose, evitando assim que outras crianças fiquem doentes.

Reforço ainda que é necessário cuidar das alergias para melhorar a defesa das crianças. Isso porque as alergias comprometem as mucosas, que são a primeira linha de defesa do organismo. O acometimento das vias aéreas, com acúmulo de secreção, favorece a proliferação de vírus e bactérias, aumentando as chances de infecções.

Como é o tratamento?

O tratamento é individualizado e é preciso analisar cada caso e identificar as fragilidades da criança, que pode ser alguma restrição alimentar, carência vitamínica, atraso no desenvolvimento da estrutura imunológica ou realmente uma situação de imunodeficiência. A partir disso, é possível traçar o tratamento correto.

Quando devo ficar alerta e procurar ajuda?

Algumas situações devem servir de alerta para pais e cuidadores. A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia destaca dez sinais para suspeitar de imunodeficiências primárias em crianças.

Chamamos de imunodeficiência um grupo de doenças caracterizadas por um ou mais defeitos dos componentes do sistema imunológico. Esse defeito deixa o indivíduo predisposto a manifestações infecciosas graves.

Os principais sinais de alerta são:

  1. Duas ou mais pneumonias no ano
  2. Quatro ou mais otites no último ano
  3. Estomatites de repetição ou monilíase (candidíase oral) por mais de dois meses
  4. Abcessos de repetição ou ectima (infecção que acomete a pele com pus)
  5. Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia)
  6. Infecções intestinais de repetição/diarreia crônica
  7. Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune
  8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por microbactéria
  9. Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada à imunodeficiência
  10. História familiar positiva de imunodeficiência

Diante dessas ou outras manifestações infecciosas graves ou que ocorram com frequência, o ideal é procurar um alergista imunologista para investigação.

Perguntas dos Pacientes

1. É normal meu filho estar sempre doente?

Algumas manifestações como resfriados, infecções de garganta e ouvido e até alguns sintomas alérgicos são comuns em crianças até os cinco anos, já que elas ainda não criaram a barreira imunológica necessária e estão constantemente expostas a vírus e bactérias.

2. Quando procurar ajuda?

Qualquer sinal ou sintoma deve ser acompanhado de perto e, se possível, informado ao médico da criança. Mas, principalmente se perceber a recorrência de infecções e doenças, sintomas por períodos longos ou com manifestações graves.

Referências:
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)

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